Um adolescente de 16 anos foi encontrado morto na madrugada do último
sábado (11), na avenida 9 de julho, região central de São Paulo. O jovem
tinha sido visto pela última vez em uma festa destinada ao público gay
na República (centro).
Dentro da boate, Kaique Augusto Batista dos Santos teria dito a amigos
que havia perdido a carteira e o celular. O grupo se separou para
procurar os objetos, e Kaique não foi mais visto.
Segundo pessoas da família de Kaique que fizeram o reconhecimento do
corpo, não havia dentes na boca do garoto. Uma barra de ferro estava
dentro da perna dele. As causas da morte descritas no atestado de óbito
são traumatismo craniano, traumatismo intracraniano e agente
contundente.
O boletim de ocorrência foi registrado como suicídio no 2º DP (Bom
Retiro), mas ainda não há, segundo a Polícia Civil, evidências do que
aconteceu e linha de investigação ainda pode mudar.
A Secretaria da Segurança Pública informou que não vai comentar
possíveis sinais de tortura porque o laudo da morte é sigiloso. Também
não foi informado se a Polícia Civil solicitou imagens de câmeras de
segurança –a pasta se resumiu a dizer que "a investigação está em
andamento".
O enterro ocorreu na manhã de ontem no Cemitério Valle dos Reis, em
Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Devido às condições do corpo, não
houve velório.
CHUTES
Segundo com Tayna Innocencia Chidiebere Uzor, 19, irmã de Kaique, ele
estava com hematomas na cabeça, "provavelmente causados por chutes". O
jovem frequentava a rua Vieira de Carvalho, no Arouche, mas a família
diz que ele não entrava em festas. "Ele ficava na praça bebendo com
amigos da mesma idade e fumando narguile", diz a irmã
Para Cristiano Pacheco, 32, organizador da festa onde Kaique foi visto
pela última vez, o caso é revoltante. "Ele era um garoto calmo, todos
gostavam dele. Arrancar os dentes, isso não se faz", disse.
"É muito delicado para a gente perder uma pessoa tão querida da família.
O Kaique era muito novo e mal sabia o que era a vida", disse a irmã.
IML
Parentes só conseguiram fazer o reconhecimento do corpo na terça-feira
(14) –quatro dias depois do crime. Eles dizem ter ido três vezes ao IML
(Instituto Médico Legal) no dia anterior, sem sucesso.
Anteontem, o irmão e a mãe de Kaique foram informados pelo instituto de
que o corpo estava no local desde sábado e que fora mantido fora da
geladeira devido à superlotação. Funcionários do IML teriam dito que não
avisaram antes porque o corpo estava sujo e precisava ser fotografado.
Já o diretor do Instituto Médico Legal (IML), Ricardo Kirche Cristófi,
afirmou que o único registro de procura pelo corpo não identificado
ocorreu terça-feira.
Cristófi afirmou ainda que os corpos só ficam fora da geladeira para
exames e isso também ocorreu nesse caso. Em caso de lotação, os corpos
são encaminhados para outras unidades.
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