Após seis atos populares --pacíficos e violentos-- contra o aumento da
tarifa do transporte coletivo em São Paulo, o governador do Estado,
Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT),
anunciaram que a tarifa dos ônibus, metrô e trem voltará a ser de R$ 3. O
anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa realizada na noite
desta quarta-feira (19) no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do
Estado. Os dois governantes afirmaram que a revogação do aumento causará
impacto nos investimentos e foi decidida para que a cidade retorne à
normalidade.
"Quero dizer que no caso do metrô e trem, nós vamos revogar o reajuste
dado, voltando a tarifa original de R$ 3. É um sacrifício grande, vamos
ter que cortar investimentos, porque as empresas não têm como arcar com
essa diferença. Vamos arcar com esses custos fazendo ajustes na área de
investimentos", disse Alckmin.
"Conforme o governador disse, não há como fazê-lo sem dispensas no
investimento. O investimento acaba sendo comprometido. Então, esse
debate vai ser feito com a sociedade. As implicações dessa medida",
afirmou Haddad.
A revogação do aumento das tarifas só entra em vigor na segunda-feira
(24), já que, segundo Haddad, é preciso de ao menos cinco dias para que o
sistema de cobrança seja ajustado. A integração dos ônibus com o metrô e
a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) volta a custar R$
4,65 --atualmente custa R$ 5.
Alckmin afirmou que a revogação do aumento "é um compromisso com a
cidade". "Queremos tranquilidade para que a cidade possa voltar a
funcionar e para que os temas legitimamente levantados nas manifestações
possam ser debatidos com tranquilidade." Haddad disse que é um "gesto
de aproximação, de manutenção do espírito democrático e do convívio
pacífico" com a cidade.
Jurandir Fernandes, secretario estadual dos Transportes Metropolitanos,
e Jimar Tatto, secretário municipal dos Transportes, acompanharam o
anúncio. Júlio Semeghini, secretário estadual do Planejamento, afirmou
que os custos para revogar o reajuste não virá das áreas da educação,
saúde e habitação, mas de obras de infraestrutura que estão atrasadas.
Fonte: Guilherme Balza
Do UOL, em São Paulo
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