Artur Tomas de Assis afirmou que cultura da cidade é tratada de forma omissa
Para um cenário, no
mínimo “low profile”, caminha a política cultural da cidade. Guarulhos tem
cerca de 1.3 milhões de habitantes e, como se sabe, está entre as cidades mais
ricas do Brasil, inclusive ultrapassando muitas capitais. Com espaços
reduzidos, não que eles não existam, mas por conta da dificuldade para
agenda-los, produtores culturais já nem são atendidos mais no seus pedidos de
pauta. É quase uma heresia pedir pauta para espetáculos e cobrar bilheteria.
Mas na onda das gratuidades (acredito sim que elas tenham que existir) o setor
público adota a política “peixe-piloto”
(aquele que acompanha os gigantes dos mares). É o caso de Guarulhos que, em
nome dessa gratuidade, fica dependente do Sesc, das contrapartidas dos
espetáculos incentivados pelo Proac e de outras leis de incentivo à cultura, visto
que o poder público de Guarulhos não compra espetáculos para apresentações
gratuitas.
É com uma política subdependente que caminha a Cultura da nossa
cidade. O financiamento do FUNCULTURA que é por lei formado por 10% das
arrecadações dos espetáculos em cartaz nos espaços públicos, passa a não
existir ou a ser pífio. Uma das alegações possíveis para essa política de gratuidade
seria a de formação de público, mas que público se quer formar? Ou pra onde
está direcionada essa formação? São perguntas que ainda não encontram repostas.
Conveniência disfarçada de pseudo-socialismo, é o que parece.
O financiamento do FUNCULTURA que é
por lei formado por 10% das arrecadações dos espetáculos em cartaz nos espaços
públicos, passa a não existir ou a ser pífio. Uma das alegações possíveis para
essa política de gratuidade seria a de formação de público, mas que público se
quer formar? Ou pra onde está direcionada essa formação? São perguntas que
ainda não encontram repostas. Conveniência disfarçada de pseudo-socialismo, é o
que parece.
Diante disso, artistas e agitadores
culturais começam a fazer um movimento, que é a criação de coletivos de maneira
a viabilizar seus projetos independentemente do poder público. Tornar a
produção cultural mais horizontal. Nota-se que também não tem sido prioridade
dar atenção aos coletivos. O que ocorre é no máximo cooptarem um ou outro coletivo,
para que o discurso de que “estamos fazendo” faça algum sentido.
Temas discutidos em várias
conferencias municipais estão engavetados, e são reinvindicações reincidentes
em todas as conferencias. Se conferencias servem para “conferir o que está
sendo feito e propor novas diretrizes”, parece que Guarulhos anda ruminando as
mesmas questões Ad eternum, pois não se
vê nem a tentativa para implementação das propostas apresentadas nessas
conferencias.
A cultura está sendo
tratada de forma omissa e vai minando a cada dia, causando um esgotamento. Exemplo
disso foi o esvaziamento da última conferencia, o que mostrou a completa falta
de interesse dos agitadores culturais e do povo em geral pelas políticas
adotadas.
Cambaleando, não se vai
nem para um lado nem para outro, caminhando para um limbo cultural e artístico,
que não é o inferno e nem tampouco o céu.
Dinamizar, criar
relações com os coletivos e com pessoas envolvidas com a cultura de mercado,
criar um banco de projetos, promover ações pontuais e assertivas, formação de
público definidos (o que queremos e pra quem queremos), talvez sejam algumas
ações interessantes, entre outras possíveis. Acredito que existam grupos e
pessoas que possam propor algo mais significativo do que está sendo feito.
Outra solução, mas nada
interessante, seria a Secretaria de Educação incorporar a Secretaria de Cultura
como departamento. O argumento é que pelo menos haveria um enxugamento da
máquina.
O que não deve
continuar é essa “letargia cultural” na qual o município está. Fonte : Artur Tomas M.de Assis
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