A Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 47 milhões em ações
da Eucatex pertencentes ao empresário Flávio Maluf e mantidas desde 2001
sob a guarda de um banco na Suíça.
A medida foi determinada pela juíza Celina Toyoshima, a pedido do
promotor estadual Silvio Marques, que investiga desvios ocorridos na
época em que o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), pai de Flávio, foi
prefeito de São Paulo, entre 1993 e 1996.
A suspeita do promotor é que as ações tenham sido adquiridas com
recursos desviados de obras públicas executadas pela prefeitura. Se isso
for provado, a prefeitura poderá mover uma ação na Justiça para reaver o
dinheiro.
Desde 2001, as ações da Eucatex tiveram uma valorização de 250%, o que
elevaria para R$ 164,5 milhões o valor dos papéis encontrados agora na
Suíça.
As autoridades brasileiras só ficaram sabendo que essas ações estavam no
exterior porque Flávio tentou transferi-las do Finter Bank, na Suíça,
para uma empresa no Uruguai, a Cuznar S/A.
Como o Finter é um banco pequeno, ele consultou o UBS, em Zurique, para
assessorá-lo na transação. O UBS julgou a operação como suspeita, pelo
fato de Flávio ser uma "pessoa politicamente exposta", e questionou o
Itaú Unibanco, custodiante das ações da Eucatex no Brasil.
O Itaú considerou que havia indícios de lavagem de dinheiro na
transferência das ações e comunicou o Coaf (Conselho de Controle de
Atividades Financeiras), órgão do Ministério da Fazenda responsável pelo
combate a esse crime. O Coaf avisou o Ministério Público, que obteve o
bloqueio na Justiça.
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