A Petrobrás informou nesta sexta-feira que os preços da gasolina e do
diesel serão reajustados nas refinarias a partir da 0h deste sábado,
dia 30. Para a gasolina, o aumento é de 4% e para o diesel, 8%. O
reajuste foi decidido hoje durante a reunião do conselho de
administração da estatal.
Para o consumidor final, o
aumento da gasolina deve representar uma alta de 2% a 2,5% no preço na
bomba, segundo cálculos do economista da LCA Consultores, Fábio Romão.
Segundo
a empresa, os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o
reajuste anunciado, não incluem os tributos federais Cide e PIS/Cofins e
o tributo estadual ICMS.
O fato relevante afirma que a
implementação da política de preços visa a "assegurar que os indicadores
de endividamento e alavancagem retornem aos limites estabelecidos no
Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 em até 24 meses, considerando o
crescimento da produção de petróleo e a aplicação desta política de
preços de diesel e gasolina".
Outro objetivo da empresa é
alcançar, em prazo compatível, a convergência dos preços no Brasil com
as referências internacionais. Além disso, com esse modelo, a estatal
busca não repassar a volatilidade dos preços internacionais ao
consumidor doméstico.
Insuficiente. Para o
analista do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) Adriano Pires, os
reajustes darão um fôlego limitado à companhia, melhorando o resultado
do primeiro trimestre, mas de forma insuficiente para resolver seus
problemas de caixa.
"Infelizmente, o mercado vai ficar
frustrado, o governo decepcionou. Prevaleceu o controle da inflação, foi
uma vitória do ministro da Fazenda (e presidente do conselho de
administração, Guido Mantega)", disse Pires. Ele acredita que o anúncio
foi uma forma de a companhia evitar ações de minoritários na Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) pela implementação de uma política de preços
que seja compatível com a empresa.
O analista também
destaca que há contradições no fato relevante, já que a empresa fala de
convergência de preços ao mercado internacional, mas sem repassar a
volatilidade ao mercado interno.
Inflação. O impacto
decorrente do reajuste será de 0,11 ponto porcentual na composição do
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), disse ao Broadcast
o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank (Besi Brasil),
Jankiel Santos.
De acordo com ele, o reajuste dos
combustíveis vai se concentrar na inflação de dezembro, que deverá
fechar com variação de 0,70% a 0,75%.
Segundo Romão, da
LCA, o reajuste mais tímido do que o esperado praticamente garante ao
governo manter o IPCA de 2013 abaixo dos 5,84% apurados no ano passado,
porcentual considerado uma meta informal da equipe econômica.
Ainda
de acordo com Santos, ao explicitar que os parâmetros da metodologia de
preços serão estritamente internos à companhia, a Petrobras está
querendo dizer que haverá fórmulas, mas que não as revelará.
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