Revelação do rap paulistano, Rafael Teixeira deu os primeiros passos
em sua carreira musical com o EP “Eu Tô Na Rua'', lançado em setembro.
Apesar de ser visto como “novato'' para os mais desavisados, sua
experiência com música é antiga, assim como o nome de seu primeiro
trabalho não poderia ser mais pertinente.
O cantor, que viveu
tempos difíceis nas ruas de São Paulo antes de encontrar em seu talento
para o rap uma alternativa para seu sustento, contou com exclusividade
para a Rádio UOL sua história e o verdadeiro ínicio de seu envolvimento com a rima.
“Eu
sou a terceira geração da minha família que se envolve com música'',
lembra. “Sou sobrinho neto do Teixeirinha de “Querência Amada'' e meu
pai era guitarrista e interprete do Erasmo Carlos. Ele que me ensinou a
gostar de pop rock, já minha mãe de bossa nova e mpb. Mas, aos 14 anos,
quando vi o filme '8 Mile' do Eminem, que eu descobri o caminho da
música que me identificava''.
Inspirado
pelo rapper americano, Rafael Teixeira entrou de cabeça no rap e nunca
mais conseguiu se desvenciliar do segmento. “Quando vi o filme, pensei:
'Tem algo entalado aqui no meu peito, sei fazer isso' e comecei a
arriscar em free style. Com o passar do tempo realmente levei a sério
que deveria fazer rap e fui atrás''.
Mas pelo caminho existiam
obstáculos. O rapper, que seguia paralelamente carreira profissional no
skate, perdeu o patrocínio ao quebrar o pé, e, mesmo assim, partiu para o
Rio de Janeiro para conhecer o cenário do rap local e participou de
diversas batalhas entre MC's, onde fez o próprio nome. Sem dinheiro,
retornou para São Paulo de carona e quando chegou à capital se viu
desamparado.
“A população de rua me acolheu e através da minha
vivência com eles conheci o Movimento Nacional da População de Rua'',
conta. “Vim para São Paulo, no berço do rap, porque se eu não fizesse
isso por mim, ninguém mais faria''.
OUÇA O EP DE RAFAEL TEIXEIRA “EU TÔ NA RUA'' NA RÁDIO UOL
Se
dedicando a pequenos bicos para conseguir se sustentar, Rafael
continuou buscando seu sonho e conseguiu, de forma indepentende, lançar
seu primeiro EP de músicas inéditas e composição própria com produção de
Base MC. “Eu canto o que eu vivo'', diz. “Sempre disse isso quando me
foquei na música: 'dinheiro, fama e sucesso são consequências de um bom
trabalho. Mas o que pode deixar qualquer artista satisfeito é o
reconhecimento''.
Como influencias, o rapper cita o comtemporâneo
Tupac, além de grandes nomes como Dexter, Racionais e Ndee Naldinho. Mas
é eclético ao citar Bob Marley, Djavan e Cartola. “Tem algo na música
brasileira que é inigualável, uma essência e leveza que ninguém consegue
reproduzir em outro lugar''.
Fonte: Uol
Nenhum comentário:
Postar um comentário