Carlos Roberto e Jorge Tadeu não votam e ajudam a salvar mandato de deputado preso
Representantes de Guarulhos estiveram entre os 108 faltantes que impediram a cassação de deputado preso por corrupção
Dois dos três deputados federais de Guarulhos – Carlos Roberto (PSDB) e
Jorge Tadeu (DEM) – se ausentaram ou não votaram na sessão de quarta-feira
(28), na Câmara dos Deputados, e com isso facilitaram a manobra que
impediu a cassação do mandato do deputado-presidiário Natan Donaton
(RO).
Dos deputados com base em Guarulhos, apenas Janete Pietá
(PT) não deixou de votar, apesar de seu partido ter sido, numericamente,
o que mais contribuiu com as ausências que permitiram a absolvição de
Donadon (faltaram 21 do partido).
Donadon foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal, por desvio de verba pública na Assembleia de
Rondônia, e está preso na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal.
Mesmo assim, graças a uma manobra na Câmara, preservou seu mandato.
Na votação de quarta à noite (29), a proposta de cassação precisava 257
votos para prevalecer (metade mais um dos 513 deputados), mas só
atingiu 233 votos.
Outros 131 deputados votaram pela absolvição e 41 se abstiveram. Houve 108 ausências.
Essas ausências dificultaram o quórum mínimo necessário para cassá-lo. Faltaram 24 votos.
As ausências ocorreram em quase todos os partidos, entre eles o PSDB.
No maior partido da oposição, faltaram, entre outros, Marcus Pestana
(MG), presidente da seção mineira e principal articulador da candidatura
presidencial de Aécio Neves, e Sérgio Guerra (PE), ex-presidente
nacional do partido.
Houve faltas também no PSB do governador Eduardo Campos (PE), no PP de Paulo Maluf e no PSD de Gilberto Kassab.
Donaton, portanto, continuará preso, mas terá mandato.
Para salvar as aparências, o presidente da Câmara, Henrique Alves
(PMDB-RN) optou por uma solução intermediária: disse que Donadon não
receberá salário enquanto estiver preso e convocou seu suplente, o
ex-ministro Amir Lando.
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