SÃO PAULO - Caminhoneiros que iniciaram protesto nesta segunda querem negociar com o governo do Estado
O bloqueio das rodovias Castelo Branco, na região de
Itapevi, Anchieta, em São Bernardo do Campo, ambas na Grande São Paulo, e
Cônego Domênico Rangoni, em Cubatão, na Baixada Santista, iniciado
nesta segunda-feira, 1, pode se prolongar até quinta-feira, 4. O
protesto pode terminar antes, caso o governo aceite negociar com os
caminhoneiros.
A categoria pede a suspensão da cobrança do
eixo suspenso nas praças de pedágio, que passaria a valer nesta segunda,
a redução do preço dos pedágios e do óleo diesel, além de mais
segurança para os caminhoneiros na Região Metropolitana de São Paulo.
A
cobrança do eixo suspenso foi uma das medidas anunciadas pelo governo
do Estado na semana passada para viabilizar a suspensão do reajuste do
pedágio. Prevista para esta segunda, a cobrança não começou, segundo a
Artesp, agência responsável por fiscalizar as concessões de rodovias no
Estado.
Em nota, a Artesp afirma que houve várias
conversas com sindicatos a respeito da cobrança. "Há casos de
reclamação, mas não representam a opinião da categoria", diz o texto. "A
paralisação ocorrida hoje não é apoiada pelo Sindicato das Empresas de
Transportes de Carga de São Paulo e Região e nem pela União Nacional dos
Caminhoneiros. A única entidade que contesta a medida é a Movimento
União Brasil Caminhoneiro."
A Artesp destaca ainda
que a cobrança já é feita nos pedágios das rodovias federais. "A adoção
da medida beneficiará toda a população ao integrar o pacote de ações
para zerar o reajuste. É importante destacar que o uso do eixo suspenso
provoca efeitos na frenagem e estabilidade do caminhão, afeta a
estabilidade do veículo, tornando-o mais suscetível ao tombamento, reduz
sua capacidade de frenagem e leva à insegurança."
Facebook.
A mobilização foi liderada por caminhoneiros autônomos que, desde a
semana passada, estavam organizando as paralisações por meio do
Facebook. Os protestos começaram às 5h40. Alguns motoristas já cogitam
dormir dentro dos veículos caso a greve continue.
A Rodovia
Castelo Branco tinha cerca de 8 km de congestionamento na pista sentido
interior no início da tarde desta segunda-feira, 1. O trânsito seguia
lento do km 22 ao 30, onde começa a fila de caminhões. A reportagem
levou cerca de uma hora para percorrer uma distância de 3 km às 14h20.
Ao
notar o congestionamento na região de Alphaville, alguns motoristas
davam ré ou até seguiam no acostamento pela contramão para pegar o
retorno. Os manifestantes liberaram o acostamento para carros de
passeio, ônibus e ambulâncias. Os caminhões, porém, ficam parados. Uma
faixa também está liberada na pista sentido capital.
Na
Anchieta, o bloqueio acontece nos dois sentidos a partir do km 23.
Segundo caminhoneiros, a fila de veículos parados chega a 10 km. Os
manifestantes dizem que não são ligados a sindicatos e que a
manifestação foi organizada no boca a boca.
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